
Análise de Software Educativo
Considerando estes itens abaixo descreva suas observações.
Quanto a Instalação do Software, quais os requisitos do sistema e hardware para rodar este software.
1. Este software é compatível com quais sistemas operacionais?
Windows 95, 98 e ME
2. Quais são os plugins (e/ou versão) necessários para rodar este software?
Ele exige como requisitos somente placa de som e vídeo. Vídeo SVGA, 256 cores e placa de som compatível com Windows, além de disco rígido com 24 MB de memória livre.
3. Qual é a velocidade mínima do processador e /ou a recomendável?
Pentium 166 MMX ou superior.
4. Qual é a quantidade mínima de memória RAM e /ou a recomendável?
A memória mínima exigida é de 32 MB.
5. Este software está disponível em qual(is) tipo(s) de suporte? (Disquete , CD, DVD, BD, download on line)
CD. Não encontrei disponível para download on line, somente softwares a venda em sites na internet.
6. Encontrou algum tipo de dificuldade para instalar o software? Descreva.
Não. A instalação foi simples e rápida.
Aspectos estéticos, de conteúdos científicos e didáticos.
7. Objetivo do conteúdo está explicitado?
Sim, de início percebe-se que o software trará informações sobre o Egito e sua história, mitologia, etc. Quando iniciamos o jogo também percebemos imediatamente quais os conteúdos que os criadores pretendem abordar.
8. Para utilizar precisa de conteúdo prévio?
Sim, a criança precisa conhecer as operações básicas de matemática, como soma, multiplicação, subtração e divisão. Também exige algo sobre frações, contas com números decimais. Além disso exige conhecimento de como interpretar mapas, ou seja, de geografia e também de interpretação de textos, além do conhecimento da gramática, já que em algumas situações a criança deve formar frases coerentes, com sujeito verbos e complementos. Outras exigências são o conhecimento de grafia das palavras e de conceitos de sinônimo, antônimo.
9. O software é fácil de usar e/ou precisa de ajuda do professor/orientador?
O software parece ser fácil de usar, uma vez que, acredito, as crianças hoje tem facilidade em lidar com tecnologias e jogos como esse.
10. Qual o conteúdo científico/curricular?
Os de língua portuguesa são a gramática, as regras de ortografia, vocabulário e interpretação de texto, compreensão. Geografia ele trabalha com mapas, para localizar países, continentes e oceanos. Também aborda conceitos de vegetação, população, clima, relevo e vegetação, o que também exige interpretação do mapa e informações dadas. Também trabalha identificação de desenhos, noções de direção, o raciocínio lógico e operações de matemática, além de frações e gráficos. Além disso, traz muitas informações sobre a história do Egito e curiosidades.
11. Valores morais e éticos representados.
O valor moral e ético é o fato de estimular as crianças a lutarem pelo bem comum, para ajudar o mundo e as outras pessoas. No enredo elas vão passando por diversas fases a fim de salvar seu professor de um ladrão que planeja dominar o mundo. Para isso precisam de inteligência, coragem e trabalhar em equipe. Assim o jogo acaba trabalhando esses valores com os jogadores. Outros valores também podem ser trabalhados quando os personagens dizem que não tem mais como pagar as crianças com pontos, mas que se elas quiserem continuar lhes ajudando podem, mesmo que não recebam por isso – ou seja, ajudar ao próximo, sem esperar nada em troca, ou no caso, esperar somente a experiência, sua gratidão ou o conhecimento adquirido. E também quando os personagens mandam eles guardarem o dinheiro ganho em local seguro, na mochila. Alguns comentários também, algo como “eca, café, como os adultos tomam isso?” ou ainda quando o vilão diz que não vai casar porque é um “homem mal, repleto de más intenções”.
12. Seqüência de apresentação (Coerência e Coesão)
O jogo tem uma sequência lógica de fatos, sendo que para ultrapassar determinadas etapas é necessário cumprir certos requisitos. Tudo é encadeado. Portanto há sequência de apresentação e lógica no seu enredo
13. O software propicia interação e/ou usa de recursos motivacionais?
Sim. As crianças poderiam jogar em equipes e interagir durante as atividades de soma, ou formação de frases, escrita, por exemplo. E os recursos motivacionais também são interessantes, especialmente as frases de estímulo e incentivo, além dos pontos que ganhavam a cada acerto, que ajudavam a evoluir no jogo.
14. Se o usuário parar de interagir, não mexer com o mouse por alguns segundos acontece alguma coisa?
Fiquei um bom tempo parada. Em algumas situações em que demorava para passar de fase notava alguns personagens impacientes. Certo momento um deles chegou a bocejar, indicando que estava ficando chateado com aquela monotonia.
15. Como são as instruções/dicas? (texto)
As instruções não são tão claras no que diz respeito ao texto, mas a criança tem condições de deduzir o que está sendo exigido em determinada situação.
16. Como são as instruções/dicas? (audio)
As instruções são claras, motivadoras. Os personagens explicam claramente o que a criança deve fazer. Por vezes tornam-se repetitivos, mas isso se deve também ao fato de que pode-se voltar a uma mesma fase por diversas vezes, mesmo quando ela já tenha sido superada. Se a criança tiver conseguido todos os glifos (uma espécie de ponto) na fase que treina geografia, por exemplo, pode continuar jogando, apenas por prazer, curiosidade ou treinar conteúdo. Essa possibilidade fica em aberto.
17. Como se dá o tratamento dos acertos e erros? (texto)
Quando ocorre o erro não há nenhum texto novo, somente áudio.
18. Como se dá o tratamento dos acertos e erros? (audio)
O tratamento do erro é super traquilo, com expressões do tipo, “tente outra vez”, “tente de novo, por favor”, “boa tentativa, mas...”, “não se preocupe”, “não era bem isso que eu imaginava”, “essa frase não faz sentido” ou “essa frase precisa de mais palavras”, “acho que isso não é o correto”, “aquela palavra parece certa, mas não é”, “não é esse o pedido”, “dê outra olhada”.
Já quando acertam a questão o fato é super elogiado, comemorado, com expressões como “excelente!”, “vocês vão longe”, “bem sabidos pra tão pouca idade!”, “estão indo bem”, “admiro esses caras”, “vocês são capazes”, “poderiam estar no meu lugar”, “suas frases são tão boas”.
Enfim, o erro não é visto como erro, dá a entender que espera-se sempre o melhor da criança, que ela é capaz, que pode ser cada vez melhor, que há outras formas de fazer tal coisa, não é tratado como erro, aliás nem se perde pontos por isso. O acerto, por sua vez, é supervalorizado.
19. E a linguagem, é adequada?
Sim, a linguagem é adequada e clara. Algumas vezes até se utiliza de gírias, como “vocês são os reis da cocada preta e branca”, “uau!”, “precioso”, “dá pra aprender um bocado com esse homem”, “bacana”, “chocante”, “maneiro”, demais caras!”, “dá uma força”, “detonou”. Enfim é uma linguagem ideal para a faixa etária indicada.
20. Para que série/ano ou faixa etária você indicaria?
Na pesquisa que fiz ele é indicado para as crianças da 4ª série, ou seja, para crianças com 10 anos de idade, em média. Acredito que essa indicação seja adequada.
21. Tem desafios pedagógicos?
Sim, a criança se sente estimulada a acertar, e conforme vai passando as fases existe a possibilidade de regular manualmente o nível de dificuldade dos exercícios. E o desafio se dá até porque se ela não domina os conteúdos para superar as fases não consegue sair do lugar e saber o desfecho da trama.
22. Como é o mapeamento/navegabilidade/links?
No começo foi confuso, pois o enredo do jogo é sobre o seqüestro de um professor no Egito. Quando as crianças começam a buscar informações sobre ele, tem que ler alguns hieróglifos, ao que buscam a ajuda de um interprete, que cobra pelo serviço. Para pagar essa tradução, tem que ir até lugares como um bar, uma venda de tecidos, uma empresa de encomendas para trabalhar e ganhar o “dinheiro” local, o chamado glifo. Só que para encontrar os lugares certos, no início é meio confuso, tem-se a sensação de que se está rodando em círculos, mas depois tudo fica mais fácil. Porém, pode ser um tanto monótono voltar aos mesmo lugares várias vezes. O senso de direção também é um pouco complicado. Há um mapa disponível, mas não tem muito como se localizar com a ajuda dele. Ele só se faz útil depois que já se esteve nos lugares pelo menos uma vez e se deseja voltar lá, pois ai com apenas um clique estamos no local desejado, sem que seja necessário navegar pelas “ruas” do Egito.
23. Como é o Layout/Apresentação da(s) Tela(s)? (cores, figuras, tamanhos, tipos, etc.)
É bem chamativo, colorido, o som ambiente também lembra a temática egípcia. Além disso, os personagens, a apresentação lembra a de um desenho animado, o que deixa o usuário mais motivado. E há uma história, um tema recorrente, um professor é raptado por um cara do mal que deseja dominar o mundo, dominando o que ele chama de Caos, um deus egípcio. E durante o jogo são mostrados flashes dos planos mirabolantes e diabólicos desse personagem, e do professor no cativeiro, a busca das crianças, seus alunos, que desejam salvá-lo, enfim. E as crianças também espelham a diversidade de alunos: há um branco, uma negra, uma ruiva (ou loira) de óculos e um japonês. Há uma diversidade, enfim. Tudo isso acaba por criar empatia, refletindo o ambiente escolar, o dia a dia dessas crianças e motivar mais o jogo, a participação e o aprendizado. E além disso trata o aluno com herói, que salva seu professor e o mundo.
24. Do ponto de vista metodológico como você considera este software? (tradicional, autoritário, auto-crítico, etc.)
Acredito que seja tradicional em seus valores, politicamente correto, como exposto acima, a luta do bem contra o mal, o conteúdo não exige muita reflexão, mas somente bom domínio dos temas estudados nessa faixa etária.
25. Quanto a Memória! O software guarda informações e tem opção de continuar o jogo em outro momento a partir do ponto que parou?
Joguei durante três dias e ele armazenou cada fase que parei. Gravou meu nome de usuário e voltou sempre para o ponto em que parei.
26. O que poderia ser melhorado?
Poderia ter muito mais perguntas diferentes, porque algumas vezes elas foram repetidas. Também poderia ser mais fácil para se localizar no início do jogo no mapa da cidade. E cada vez que tivesse que voltar em determinada fase – o que é necessário para ir até o final – os personagens não deveriam repetir sempre a mesma explicação. Isso por vezes deixava tudo meio cansativo. Os níveis também deveriam ser alterados automaticamente a cada fase. Mas tirando isso é um ótimo jogo, que prende a atenção, desperta a curiosidade, envolve, traz muitos conteúdos, estimula o raciocínio e a participação, trouxe informações novas sobre o Egito e seus deuses e mitos, além de ilustrar o trabalho em equipe. Eu certamente utilizaria e recomendaria para meus alunos.
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